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IBAS: mais uma sigla para decorar?


Publicada em: 14/06/2010

A sigla IBAS refere-se a um Fórum de Diálogo Trilateral formado pela Índia, Brasil e África do Sul, também conhecido como G-3. Sua criação ocorreu em junho de 2003, por meio da Declaração de Brasília e trata-se de um acordo de caráter político, estratégico e econômico.

Seu objetivo é estabelecer uma agenda de diálogo e cooperação Sul-Sul e, para isso, foi criado um plano de ação conjunta em variados assuntos de importância internacional: multilateralismo e reforma da ONU, paz e segurança, intensificação do comércio e investimentos entre as três regiões das quais os países-membros fazem parte, troca de informação, melhores práticas internacionais, redução internacional da pobreza, promoção do desenvolvimento social, tecnologias e habilidades, bem como a promoção de cooperação em diversas áreas, como agricultura, mudança climática, cultura, defesa, educação, energia, saúde, sociedade da informação, ciência e tecnologia, comércio e investimento, turismo e transporte.

 

A operacionalização das ações do Fórum de Diálogo IBAS ocorre por meio de consultas regulares nos níveis de Oficial Sênior (Pontos Focais), Ministeriais (Comissões Mistas Trilaterais) e Chefes de Estado e/ou Governo. Facilita também a interação entre acadêmicos, iniciativa privada e outros membros da sociedade civil.
A criação desse grupo explica-se no contexto da atual ordem mundial, que se caracteriza pelas relações multipolares, substituindo as relações bipolarizadas predominantes durante o período da guerra-fria. Busca dar respostas aos muitos desafios da atualidade e, para isso, o diálogo e a cooperação tornam-se recursos fundamentais. Alguns países, como é o caso dos três que formam o IBAS, colocam-se numa condição intermediária entre os mais ricos e os mais pobres, além de exercerem uma liderança significativa nas regiões onde se localizam. Dessa forma, eles acabam assumindo um papel de mediadores entre os dois grupos extremos (países ricos e países pobres), contribuindo para que as relações sejam mais horizontalizadas, isto é, fortalecendo as propostas que atendam às necessidades deles próprios e dos países mais pobres.

Relação Sul-Sul

Entende-se por relação sul-sul a aproximação que vem se intensificando entre os países subdesenvolvidos e subdesenvolvidos industrializados ou emergentes, principalmente a partir da década de 1990. A referência ao sul, neste caso, não se explica pela localização geográfica a partir da linha do Equador, mas ás relações entre um conjunto de países considerados pobres em relação aos países ricos, predominantemente localizados no hemisfério norte. Historicamente, as relações dos países subdesenvolvidos eram estabelecidas com a Europa. A partir da II Guerra Mundial, as relações internacionais foram polarizadas pelos Estados Unidos, como principal potência capitalista, e pela ex-URSS, como potência socialista. Convencionou-se, então, agrupar os países em primeiro mundo, segundo mundo e terceiro mundo.
O fim do regime socialista marcou uma nova arquitetura nas relações internacionais, suprimindo o segundo mundo. Por sua vez, a classificação em primeiro e terceiro mundo não é suficiente para expressar a complexidade das relações atuais. O critério ideológico de classificação dos países foi substituído pelo critério socioeconômico que os agrupa em Norte rico e Sul pobre.
A linha divisória imaginária foi traçada, na América, entre os Estados Unidos e o México, ao sul da Europa e norte da África, continuando na porção central da Ásia, continuando no Pacífico e terminando no Índico, a oeste da Austrália e Nova Zelândia. A maior parte dos países pobres localiza-se ao sul dessa linha.
A intensificação do comércio e das conexões entre os países, proporcionada pelas novas tecnologias da informação, favorece contatos diretos entre os mesmos, independentemente de sua condição econômica e social, afrouxando, portanto, o domínio dos países centrais. Esse fato vem desencadeando novas formas de relacionamento entre os países subdesenvolvidos e emergentes, daí as várias iniciativas de cooperação para tratar de interesses comuns, a partir da sua visão e dos seus interesses.
Essas iniciativas de cooperação têm caráter econômico, estratégico e político, com repercussão no conteúdo das assembleias da ONU, quando os temas são apresentados e debatidos por todos os representantes dos países membros.
O Brasil tem se empenhado bastante no sentido de promover e fortalecer iniciativas baseadas nos princípios da solidariedade e da cooperação, tendo o diálogo como principal instrumento de aproximação. Seus esforços vêm ganhando reconhecimento da comunidade internacional.




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